segunda-feira, 11 de abril de 2011

Grande Susto

Hoje para alem de um grande susto, de muitos nervos e medo, aprendi uma preciosa lição que é conhecida por todos mas compreendida por poucos: Mais vale perder 1 minuto na vida do que a vida num minuto.
O meu dia começou com uma boa carga de stress, tinha uma entrevista de trabalho marcada para as 11h, e devido a confusões sobre se levava o carro ou não o tempo começou a ficar escasso. Resultado, fui levar a minha mãe ao trabalho, na viagem de volta abusei do acelarador porque já faltava pouco tempo para a entrevista e ainda tinha que tomar banho, vestir e fazer mais uns km's; apanhei uma curva com o alcatrão gasto e eu nao vinha tão devagar como se pede naquele local, o carro escorregou e perdi o controle por completo; naquele momento pareceu que tudo começou a andar em camara lenta: o carro resvalou para um lado, depois para o outro, levantou as rodas esquerdas do chão e aí pensei mesmo que fosse capotar; fez algo semelhante a uns peões e fui parar ao outro lado da estrada numa valeta, numa fracção de segundo olhei para a profundida dela e pensei "Se não morrer já vou saír toda fodida daqui e o carro todo partido!". No entanto de repente o carro parou, ou melhor devo ter sido eu porque não travava sozinho, mas naquele momento nem tive noção de coisa alguma. Os piscas estavam todos ligados, as escovas do pára-brisas frenéticas, puxei o travao de mão e desliguei o carro. Não me mexi, parecia que o carro estava prestes a caír para dentro daquele buraco. Agarrei o volante com força e comecei a chorar, toda eu tremia... Olhei à volta e havia uma enorme nuvem de poeira no ar. Passou um carro, olhou mas não fez caso; passou outro, fez o mesmo, e passou mais outro que tambem ignorou. Não sabia o que fazer, chamar os bombeiros era ridiculo, liguei ao meu namorado mas não atendeu... Não tinha coragem de tentar sequer saír dali, ainda capotava mesmo para a valeta. Felizmente apareceu um senhor da fábrica em frente que viu o que aconteceu; perguntou lá ao longe se eu estava bem, ao que respondi imediatamente "Não! Pode-me ajudar por favor?", lavada em lágrimas. Fez-me sinal para esperar e veio ter comigo num carro, chegou ao pé de mim e disse para eu ter calma porque ia puxar o meu carro de novo para a estrada. Foi analisar em que parte da valeta ficou o carro e disse "Você nem sabe a sorte que teve, mais 5cm e ele tinha-se virado ao contrário e se calhar tinha-se aleijado a sério", e eu nem respondia, só sabia limpar lágrimas. Amarrou o meu carro ao dele e disse-me que quando buzinasse eu metia a marcha atrás e acelarava. Foi rápido e simples, mas eu já só queria ir para a casa. Saí do carro e agradeci-lhe, foi excelente comigo mas esqueci-me de lhe perguntar o nome no meio de toda aquela tensão. Fui para casa, sempre a chorar, senti-me incapaz, senti que a morte me andava a rondar, questionei-me porque é que aquilo teve de acontecer. Fui extremamente devagar e com muita atenção a tudo. Agora encontro-me aqui, não fui à entrevista, tenho a cabeça a rebentar e não sei se consigo dizer a verdade à minha mãe, para além de nao me voltar a emprestar o carro vai andar a ralhar 3 dias porque eu não tive cuidado... Já tinha presenciado acidentes, no entanto nunca pensei que fosse tão horrivel... Não há palavras para descrever o que se sente quando nao se tem controlo sobre o carro que estamos a conduzir, transformamo-nos em bonecos, automaticamente a nossa vida tambem fica fora de controlo e já não depende de nós, nem do carro, não depende de nada em concreto... Só mesmo da sorte.

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