quinta-feira, 31 de março de 2011

Home is where the heart is from.



Escrito e publicado no meu Facebook no dia 25 de Março. São factos absolutamente reais, recordações e muitas saudades da casa e do lugar onde vivi até aos meus 9 anos. (Encontrei-a no Google Maps *.*)


Estou de volta! Eu nem acredito que estou de volta. Está tudo tal e qual como ficou no dia em que fui embora. Ou...será que eu cheguei a ir a algum lado? Está tudo aqui, o fundamento, o sentido, a vida, a alegria, até o meu coração! Não poderia ir a lado algum e deixar tudo isso aqui. Todos os dias os meus olhos querem devorar esta paisagem, todo este lugar. Querem devorar cada pôr-do-sol. Nao tenho o receio nem coisa alguma de me deitar no chão de terra batida porque é natureza e eu amo-a, ficando diante da imensa matiz de cores no ceu, cor de rosa que se funde com azul, pelo meio surgem tons de roxo e ainda algumas nuvens. Como é bonito! Não oiço nada a não ser o vento que ligeiramente mexe as canas. Um pouco mais atenta oiço bem lá ao longe o sino da igreja da Praia do Ribatejo, logo a seguir do outro lado e tambem um pouco sumido oiço o comboio a passar na estação de Tancos. Respiro fundo e continuo a olhar o ceu, estou tranquila aqui, sinto uma pequena brisa a acariciar-me a cara. Ficaria aqui deitada até que a terra me comesse! Não me sentia tão em paz desde que me fui embora. Ou será que porventura fui embora?? Não creio, tudo está tão vivo e tão presente. A minha mãe está-me a chamar, certamente são horas de jantar. Tenho pena de me levantar, sentia-me tão bem. (...)
É sábado de manhã e está um belo dia de primavera, saio porta fora e olho à minha volta: Do lado direito está o quintal, e do lado esquerdo, ali em baixo, está o vale repleto de laranjeiras a pedir que lhe recolham a fruta. Sigo em frente e está a garagem, começo a correr e o terreno torna-se inclinado, cá está o canil enorme e o meu casal de pastores alemães: Jake e Jasmine. Cumprimento-os e vêm a correr para o portão e entre os buracos da vedação lambuzam-me a mão, sem problema. Contorno o canil, cá em cima está a horta, e a minha mãe está aqui com umas grandes galochas, de boné e enxada na mão. Tantas melancias pequeninas! "Que estás a fazer mãe?" - pergunto eu. "Estou a abrir carreiros para daqui a pouco passar a água para regar" - responde ela. Meto-me a pensar: "Tambem quero! Onde será que estão as minhas galochas?" , rápido esqueço a ideia porque tenho mais para ir ver. "Já aqui venho! Vou ter com o pai", "Deve estar no barracão do barco ou então na horta lá de baixo!" - diz a minha mãe. E lá vou eu a correr, subindo mais um pouco até ao barracão do barco, com um fila de pinheiros enormes por trás. Um barco que tecnicamente nunca o chegou a ser, não tem mais do que a base e o "esqueleto" de madeira, será que algum dia é terminado e vai para o rio? Vejo caixas com revistas e jornais dos anos 70 e 80 um pouco amarelecidas...e penso: "Que engraçado! Como seria viver nesta altura?". Enfim, começo a ouvir musica lá ao fundo. Desço para o outro lado, sempre a correr. Porque eu adoro correr aqui, e tenho tanto espaço que se não correr demoro mais a chegar aonde quero. Contorno umas quantas oliveiras, um coelho assustou-se e fugiu, coitadito. Chego à horta aqui de baixo e cá está o meu pai, a ouvir o rádio a pilhas, era daqui que vinha a musica! "Que estás a fazer?" - pergunto eu, "Estou a preparar-me para plantar alfaces e tomateiros com fartura! Vai ali ao vale apanhar umas laranjas para levares à tua mãe". E lá vou eu toda contente, chego ao vale e olho para cima, estranho ver a minha casa tão alta! Mas não interessa... Começo a meter as laranjas num saco, esqueço-me sempre da minha alergia ao polen na primavera e espirro, sinto comixão no braço e está a ficar vermelho, tenho que me ir embora daqui. Enchi o saco e vou-me embora, passo pelo meu pai que diz "Daqui a bocado vou beber um copo com o Moura a Tancos, queres ir de barco até ao Arripiado ou ao castelo que ele leva?" - "Hum, não me apetece!" - respondo eu. Farta de fazer essas travessias de barco estou eu e não gosto muito. Nesta altura os barcos ainda são muito convencionais, embora a motor deixam muito a desejar em termos de segurança já que se uma pessoa nao tem cuidado o barco inclina-se demasiado e vai-se ao banho, são baixinhos e sem proteção lateral.

 E...... E....... E......? Han?

Estou na cama! Que faço aqui? Não acredito que estive a sonhar tudo isto até agora. Tão real, sensações, cheiros, até as alergias eu senti como se estivesse acordada! Porque acordei? Estava tão feliz, de volta à minha casa, à minha vida simples e pura do campo de que eu tenho tantas saudades. Estou agora de ressaca, o que sinto vai muito além da saudade, sinto-me deslocada e arrancada de onde pertenço. Hoje sinto mais do que nunca uma grande necessidade de voltar tão grande quanto o arrependimento de ter ido embora. Saberia lá eu na inocência dos meus 9 anos que chegando aos 20 já só ia querer voltar, uma criança que foi tão motivada pelo desejo de mudança e por uma vida nova à espera que partiu sem olhar para trás. Pouco tempo antes houvera ali na zona um grande incendio e estivemos em risco devido à proximidade de um paiol, factor que me incentivou tambem a querer ir embora. Hoje tudo é diferente, tudo mudou desde que o meu pai abandonou este mundo, fora dele a decisão de mudar de casa.


-1998 (7 anos de idade). O vale com as laranjeiras lá atrás. Roupas velhas e descompostas com Dignidade de viver e trabalhar no campo.

terça-feira, 29 de março de 2011

alma nua - esta é a minha história II

Apesar de tudo e contra as expectativas de muita gente que tinha conhecimento da situação em que era criada, eu era uma aluna exímia... Mas apenas até certa altura. Até ao meu 8ºano era absolutamente banal ir buscar a minha pauta de avaliação e ela estar corrida a 5's, e o DT dizer "-Parabens mais uma vez, continua assim" - até esse ano entrei sempre no quadro de excelência da escola. Professores, funcionários, director da escola, admiravam-me e sempre que falavam de mim faziam-no à boca cheia, ditando setenças do que eu poderia vir a ser no futuro, de como eu era boa menina e um exemplo naquela escola em todos os sentidos. Tentava não dar muita importância ao que diziam porque sempre detestei pessoas convencidas e não queria ser uma, mas a verdade é que o meu peito inchava de orgulho, ficava mesmo muito contente por ser valorizada. Entretanto com os outros miudos da minha idade não acontecia nada disso... Apesar de pouco ou nada estudar e todos os meus conhecimentos serem assimilados de ouvido nas aulas era apelidada de "marrona". A minha aparência tambem deixava um pouco a desejar, sempre de cabelo atado e sem grande apresentação, com óculos e vestia qualquer coisa que se parecesse com roupa e nem me importava com isso. Nessa altura posso dizer que era uma pessoa extremamente simples e completamente abstraída da opinião alheia. Desde o 1º ano de escola fui constantemente gozada pelos meus colegas, só a partir do secundário é que consegui conquistar algum respeito junto das pessoas com mudança de escola e novas mentalidades existentes. Fora da escola era gozada nas aulas de música, olhavam para mim e simplesmente se riam, crianças imbecis. Nas aulas de natação no CLAC igualmente gozada pela minha aparência física... Enquanto gozavam eu preocupava-me em aprender e mostrar capacidades e fui recompensada com uma transição precoce para a turma do 2º ano e um pouco mais tarde convidada para integrar a equipa de competição, convite esse que recusei porque não queria competir e queria simplesmente praticar natação como lazer.

Um dia percebi que o problema das outras crianças em relação a mim era o facto de eu ser sempre a melhor sem me esforçar muito, e aproveitavam-se da minha aparência desleixada para me tentar inferioriar; Por estar sempre na boca dos professores no bom sentido, por eles serem penalizados por comportamentos incorrectos e eu não (não os tinha!), um mal precocemente enraízado na mente das pessoas chamado Inveja. Mas eu não tinha a culpa de ser assim. A minha ideia era ser eu mesma e aprender com gosto para tirar boas notas.
No 9º ano descambei por completo. Perdi a capacidade de concentração, deixei de prestar atenção nas aulas e de participar nelas para passar o tempo todo a fazer desenhos, quando tocava para a saída dava graças a deus e ia embora. Passava os intervalos a ouvir musica do mp3 com o volume no máximo porque era assim que me sentia bem. Como não tinha hábitos de estudo muito menos consegui aquiri-los naquela fase, e tirei a minha primeira negativa. Não pude crer no que estava a acontecer, chorei, revoltei-me contra mim mesma, barafustei e questionei "como?? como é que eu tirei uma negativa? como fui capaz?". Mais de metade da turma se riu, uma pequena vitória para eles! Só sabiam dizer "estás a ir de cavalo para burro, quem diria!", e eu ignorava. Mas bem cá no fundo a minha vontade era desistir. Se já não era a aluna que fui até ali não valia a pena andar na escola, não queria ser medíocre porque o meu lugar não era nessa "classe", não queria ser inferior porque o meu lugar sempre foi entre os melhores. Da pauta toda corrida a 5's passou a ser diversificada com notas de 3, 4 e 5. Consegui manter os 5's a Português, Inglês e Música, as minhas áreas preferidas. A minha mãe não ajudava "-Tinhas tantos 5's e agora só tens três 5's... Andas de cavalo para burro, andas com a cabeça no ar só a pensar em namoros"... Sim demasiado básico! Que culpa tinham os amores e desamores no meio de toda a tempestada que era a minha vida? Ao chegar a casa os meus pais já estavam aos gritos e às vezes pior que isso, na altura não tinha internet por isso não fazia muito no pc, ia para o quarto e ouvia o Mp3 até acabar a bateria ou então até ouvir bater a porta, sinal que o meu pai tinha saído. Mas evidentemente a minha mãe teve de achar um outro "culpado" para a minha queda. Devorava livros, chegava a ler 2 ou 3 ao mesmo tempo e estava completamente dentro do enredo de cada um. Passava horas a ler. Um dia simplesmente peguei num livro e li uma página inteira sem sequer me ter apercebido o que tinha lá escrito. Até hoje, passados 6 ou 7 anos, penso que só li 2 ou 3 livros por obrigação e cumprimento de programas lectivos. Continuo a gostar de livros, mas simplesmente não me concentro como tão bem o fazia. Com a internet vou lendo trechos aqui e acolá que me chamem à atenção, vou devorando alguns poemas de tão belos que são, quem me dera saber escrever assim, ter uma fonte de inspiração que me permitisse uma fluência muito natural de milhões de palavras da minha mente directamente para o papel.

No 10º ano fui forçada a mudar de escola porque não existir o curso e a minha vida tambem mudou. Fiz novas amizades, preservei algumas mais antigas, e sobretudo senti-me mais aceite entre aquele pessoal da minha idade. Tornei-me numa aluna mediana, (e deixei de me importar com as boas notas) médias de 13 ou 14, nada estudava e a disciplina em que me esforçava era Filosofia porque o professor não era de muitas brincadeiras (mas um dos melhores que alguma vez tive, sem duvida, tenho todo o respeito e admiração por ele). Escola nova, vida nova, passava o dia a 15km's de casa e o risco de alguem ir contar aos meus pais era minimo. Experimentei alcool, juntamente com alguns colegas fomos bêbados para as aulas. Experimentei tabaco e fui-lhe tomando o gosto até começar a fumar 1 maço por dia, de momento estou a deixar gradualmente de fumar e com sucesso. Experimentei fumar ganzas e fui mocada para algumas aulas tambem. Perdi a virgindade, talvez seja a unica coisa que hoje não me traz um certo arrependimento, foi com a pessoa que amava e amo. No fundo mudei radicalmente de mentalidade e fiz coisas que nunca pensei fazer, uma vez que sempre fora extremamente ingénua, sempre debaixo das saias da mãe e de uma santidade que metia nojo. Apesar de todas as experiências considero que nunca passei dos limites, nunca sofri consequencias pelos comportamentos rebeldes, disfarçava muito bem ;) fez tudo parte do meu processo de crescimento, e considero que as experiências são normais quando ficam por aí. Por muito que um pai e uma mãe tentem desviar o filho desses caminhos por acharem que nao é vida para ele, mais cedo ou mais tarde terá de passar perto deles caso não entre mesmo, porque no mundo não existem redomas de vidro para meninos de ouro. Todos respiramos do mesmo ar. Estamos todos expostos ao mesmo tipo de circunstâncias à partida que vivamos, e é a nossa consciência e discernimento que ditam que estradas trilhamos.

domingo, 27 de março de 2011

alma nua - esta é a minha história I

Uma vez mais passo a noite em claro. Muito mais que ter o sono trocado derivado à não existência de horários para cumprir, o que me priva do sono é a ausência de paz de espírito que há muito tempo se foi. Esta casa está saturada de um ar irrespirável e extremamente carregado, cada uma destas paredes encerra nela muitas memórias que jamais serão esquecidas. Quantas guerras, quanta violência, quanta mágoa, quanta perdição eu tive de presenciar e viver como sendo tudo meu. Eu, a menina (!), era a causa por um não matar o outro. A menina era a causa para o outro não saír de casa. Sempre fui o papel higiénico que literalmente limpava um desentendimento que jamais teve solução. Um desentendimento que ultrapassava quaisquer limites, e eu acredito que se o meu pai não morresse por força e obra do destino ele mataria a minha mãe. Todas estas ideias pertencem agora ao passado, as ideias! As feridas que foram abertas ainda estão por sarar. Preciso de tempo, muito mais tempo. Foram 18 anos e ainda só passou 1 ano e meio. Não consigo entender em mim própria se acredito ou não no paranormal, mas a verdade é que com a noite vem um verdadeiro terror que eu não consigo eliminar. Dormir de luz acesa, indispensável! Televisão ligada tambem, caso contrário sobressalto-me ao mínimo barulho. No fundo não sei do que tenho medo, a lógica é temer os vivos pois eles podem fazer mal, os mortos nada fazem e sabemos onde os encontrar pois de lá não saiem. A culpa de tudo é da minha consciência, desconheço a sua dimensão! Consigo ser a minha consciência e a de outros. Tenho demasiada consciência contida em mim. Será vocação? Ainda estou para descobrir. A minha consciência sabe que ficaram assuntos por resolver entre mim e ele, situações por perdoar, e que terei de viver com esse peso para sempre. A minha consciência sabe que certas atitudes que tive de tomar foram necessárias para proteger outras pessoas, para evitar tragédias que trariam muito mal a esta casa. A minha consciência sabe que hoje sou demasiado branda e "boazinha" com as pessoas, mas literalmente não sei ser má. De tanta maldade que eu tive de viver hoje simplesmente quero viver de bondade.

Mas à parte disso tenho tanta dor contida em mim que não sei como cabe dentro do meu pequeno corpo. Ok, não cabe... Por vezes transborda pelos olhos, na maior parte das vezes estando em solidão no meu quarto. Mas não consegue transbordar pela boca, a mágoa simplesmente me prende a garganta e ordena que fique em silêncio. Porque a minha voz incomoda os meus próprios ouvidos, o meu próprio cérebro que anseia muito por paz!

Não posso dizer a ninguem como é estar assim porque ninguem viveu comigo para compreender, mas posso dar a ideia de como é: Fui uma criança como tantas outras, lembro-me de ir para a escolinha e não brincar com os outros meninos, porque me isolava. E tambem me lembro de ver a minha mãe levar um murro, caír no chão e ali ficar. Tinha 4 anos, pensei que ela tivesse morrido! Acerquei-me dela e comecei a gritar "mae! mae! fala comigo, nao morras!" e ela lamuriou "a minha cabeça vai rebentar..." . O meu pai agarrou-me ao colo e disse "está na hora de ires para a escolinha, não podes chegar atrasada". Vi a minha mãe levantar-se e passado 10minutos já me tinha esquecido, naquela altura. Mas não me esqueci, é uma memória com 16 anos... ; Vi o meu pai ir em direção à minha mãe com uma faca, sendo pequenina apenas consegui agarrar-me à cintura dele por trás e gritar e chorar baba e ranho para ele parar. No fundo adquiri o medo de mais dia, menos dia ver a minha mãe morrer e deixar-me sozinha. Na escola, eu via os pais e as mães dos meus colegas irem buscá-los de braço dado, de mão dada, tratando-se por "querida" e "querido". A mim ia-me buscar aleatoriamente o pai ou a mãe...e em casa tratavam-se por "puta, cabra" "ordinário, bêbado". Dá para entender como se cresce numa realidade destrutiva? Contudo são pormenores que ignorei até aos 13 anos.

Os 13 anos foram extremamente marcantes no meu processo de crescimento. Tomei uma consciência elevadíssima da realidade do mundo à minha volta, tanto que me apaixonei pelo primeiro rapaz e me comecei a revoltar/manifestar com as situações que aconteciam em casa. A minha mãe julgou-me, disse que eu me estava a refugiar num namoro para fugir aos problemas de casa. Nunca irei perceber tal julgamento nem a sua lógica. A partir daí perdi valor para ela. Ela não queria que eu fosse pelo caminho da "perdição", queria que fosse pura e para sempre pura. Que apenas me concentrasse nos estudos. Mas é impossível fugir quando o corpo e a alma apelam à satisfação das suas necessidades em conjunto e eu sou humana, com essas típicas fraquezas. Pensara ela ter gerado algum ser superior? Não fui mais a sua menina, fui uma montanha de decepções até aos dias de hoje.

É certo que o que sou hoje é em parte resultado do meu crescimento em ambiente destrutivo. Tenho dificuldade em socializar, embora consiga disfarçar e tenha algumas amizades graças a isso. Não me sinto aceite, sinto que ninguem gosta de mim, quero conquistar este mundo e o outro mas sinto as pernas enterradas em cimento que secou. No entanto tenho muito mais para dar ao mundo, e consigo ser muito mais, só preciso de me conseguir libertar! Sinto que a pessoa que eu amo não me compreende e me vai deixar sozinha por isso. Não compreende como me sinto, porque permaneço em silêncio, que quero ter a esperança numa vida nova ao lado dele, e que sobretudo não quero passar pelo que a minha mãe passou. Porque foi com ele que aprendi a amar como uma Mulher ama um Homem e é com ele que eu quero ficar, que eventualmente seja pai dos meus filhos. Só preciso de um bom motivo para sorrir e afastar os meus fantasmas. Não me imagino com outra pessoa. Apesar das nossas diferenças e da sua complexidade não conheço ninguem mais simples bem lá no fundo. A sua simplicidade completa a minha. Podemos ter uma vida simples e pacata porque faz parte da essência de ambos. Só preciso de saír daqui, começar do 0. E dar uma nova opurtunidade à vida.